Famílias são retiradas de área por onde passará trecho do Rodoanel

Duas casas no Jardim Monte Cristo, em Suzano, foram desocupadas.

Moradores dizem que a empresa não depositou indenização.

Polícia Militar acompanhou a retirada das famílias em SuzanoDouglas Pires e Carolina Paes no G1,Mais duas famílias que vivem na área por onde passará parte do trecho leste do Rodoanel foram retiradas de suas casas no Jardim Monte Cristo, em Suzano, na região Metropolitana de São Paulo, na tarde desta segunda-feira (17). Não houve resistência por parte das famílias. Mesmo assim a Polícia Militar esteve no local. Alguns moradores reclamam que o dinheiro da indenização ainda não foi depositado. A empresa SPMar contesta a informação e diz que montante foi depositado em juízo.

Na região do bairro Jardim Monte Cristo, 104 casas terão de ser demolidas para a construção de parte do trecho leste do rodoanel. Até o momento, 40 imóveis já foram desocupados. Por volta das 14 horas desta segunda-feira, a justiça determinou a saída de duas famílias. Em uma das casas, vivia o casal Patrícia e Robson Camargo.Na região do bairro Jardim Monte Cristo, 104 casas terão de ser demolidas para a construção de parte do trecho leste do rodoanel. Até o momento, 40 imóveis já foram desocupados. Por volta das 14 horas desta segunda-feira, a justiça determinou a saída de duas famílias. Em uma das casas, vivia o casal Patrícia e Robson Camargo.Por 15 anos os dois moraram na casa que fica na Rua Platina. "Faz uns dez dias que um oficial de justiça esteve aqui. Ele avisou que nós teríamos que sair das casas hoje (segunda-feira). Achei estranho porque não entregaram nenhum papel", diz a dona de casa. Ela e marido vão morar em outro bairro. Ainda resta R$ 10 mil para quitar o financiamento da casa que será demolida. "Eu me sinto humilhado. Isso não é democracia", desabafa o vendedor Robson Camargo.

Casal teve que abandonar casa que morou por 15 anos

Indenizações
As famílias que deixaram as casas nesta segunda-feira reclamavam que a empresa SPMar ainda não havia feito o depósito da indenização que foi determinada pela justiça. "É duro você ter de sair da sua casa sem nenhum dinheiro", diz Robson Camargo.

O advogado que defende o interesse das famílias, Rodrigo Valverde, confirma que o dinheiro não foi pago. "A empresa ofereceu um valor que foi contestado pelas famílias. A justiça enviou um perito judicial ao local e ele avaliou que as casas valiam 40% a mais", explica Valverde.  Ainda de acordo com o advogado, a empresa fez o depósito no valor indicado pelo perito, mas, logo em seguida entrou na justiça com um pedido de bloqueio. A liminar, segundo ele, foi acatada.

SPMar
A empresa desmente as declarações das famílias e do advogado. Em nota, a SPMar afirma que fez o depósito em juizo, com os valores determinados pela justiça. Diz ainda que nunca contestou os valores e que o dinheiro está à disposição das famílias.

A empresa informa também que a 'imissão de posse' (quando se toma posse do imóvel) só ocorre após o depósito dos valores indicados pelo juiz. Com a efetuação do depósito encerra-se a gestão da concessionária, a qual não tem mais poder sobre os valores depositados, os quais ficarão sob a guarda e responsabilidade dos juízes para eventual liberação de guias e levantamento de valores. Não há qualquer possibilidade de bloqueio do dinheiro pela concessionária.

A nota diz ainda que a equipe social da concessionária realizou o atendimento aos moradores da cidade que estão passando pelo processo de desapropriação.

(Matéria de 17/12/2012 19h02- Atualizado em 18/12/2012 09h05)

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