Soterrada, Área de Mata Atlântica agoniza em SP
Beatriz Mendes na Carta Capital Após andar durante pouco mais de cinco minutos dentro do Pinheirinho D’água, parque do distrito de Jaraguá, na zona oeste de São Paulo, chega-se ao que Ana Sueli Ferreira da Silva, de 45 anos, chama de “lugar favorito no mundo”. “Olha que bonito é aqui. Eu gosto porque é aberto, o vento bate naquelas árvores lá em cima e faz um barulho tão gostoso de ouvir”, diz, justificando a preferência. A cerca de 200 metros dali, a nascente de um córrego foi soterrada junto de 150 árvores com a ajuda de mil caminhões de terra e entulhos, jogados no parque sem qualquer tipo de autorização. Há concreto, pedaços de ferro e cano entre o entulho despejado clandestinamente no parque O Pinheirinho D’água é uma das últimas áreas de reserva de Mata Atlântica dentro da capital paulista. Com 250 mil metros quadrados – o equivalente a 60 campos de futebol – , 70% de sua extensão configura Área de Preservação Permanente (APP), o que faz do aterramento nada menos ...