JD. FLAMINGO: CAOS SOCIOAMBIENTAL A 11 KM DO CENTRO DE SÃO PAULO
Portal ZNnaLinha,
Ter a serra da Cantareira como vizinha é o sonho de qualidade de vida de qualquer cidadão paulistano. Isso acontece com os moradores do Jardim Flamingo. Eles moram encostados à serra, mas a realidade de suas vidas não é nada verde. Não é nada azul. É sem cor. É desumano.
Ter a serra da Cantareira como vizinha é o sonho de qualidade de vida de qualquer cidadão paulistano. Isso acontece com os moradores do Jardim Flamingo. Eles moram encostados à serra, mas a realidade de suas vidas não é nada verde. Não é nada azul. É sem cor. É desumano.
O córrego Guaraú nasce em pleno Parque Estadual da Cantareira. Suas águas correm sonoras, passando ao lado da estação de tratamento da Sabesp, que leva o seu nome - ETA Guaraú. Atravessa a Estrada de Santa Inês e atinge a região do Jardim Flamingo. E aí, a menos de um quilômetro da nascente, encontra uma realidade que pode se chamar de "caos sócio-ambiental". Uma grande favela encobre com seus barracos o córrego que, a partir daí, se iguala na degradação de quase todos os córregos da cidade de São Paulo.
A precariedade das habitações feitas de materiais como madeiras, lonas e chapas de metal constroem uma arquitetura impossível de se habitar. Mas as pessoas moram ali. Logo ao lado, um grande conjunto de prédios lança esgoto in natura, que se soma aos dejetos dos próprios moradores da favela. Reina a desesperança, que conduz ao abandono de qualquer atitude de sustentabilidade por parte da comunidade.
A prefeitura, em recente tentativa de desocupação da área, conseguiu remover alguns barracos. Porém foi uma ação precária, pouco estruturada, e novos barracos já se incorporam à paisagem local. Os 1.200 reais dados para a mudança aliviam o sofrimento por uns meses, mas os 300 reais propostos de Bolsa Aluguel são insuficientes para garantir uma nova morada para famílias grandes, compostas às vezes por até 12 pessoas.
Recentemente o vereador José Américo foi convidado a uma vistoria no local. As pessoas que ali residem formam uma comunidade que, dentro de suas possibilidades, tem batalhado por melhorias. Ao ver a situação caótica o vereador se revoltou, chamando a prefeitura de "irresponsável". José Américo disse que a Sabesp comete crime ambiental diário lançando o esgoto dos prédios no Córrego Guaraú e que deverá notificá-los a respeito.
A solução ali passa pela montagem de projeto socioambiental completo, que envolva inclusive a coleta local e tratamento do esgoto, de forma a não haver lançamento de dejetos no córrego. Dependendo do sistema implantado, é possível obter adubo para recuperação das margens. A bolsa aluguel precisaria de um reajuste, para se conseguir uma moradia digna, enquanto programas como o Minha Casa, Minha Vida podem trazer uma chance de habitação digna para essas pessoas, como disse o vereador José Américo em reunião com a comunidade.
Minudências
@ Há cerca de um ano foi inaugurado o último trecho da av. Afonso Lopes Vieira, ligando a av. Inajar de Souza ao Largo do Peri.
@ Existe um projeto de levar essa avenida do Largo do Peri até a Estrada da Santa Inês, passando exatamente pelo alinhamento dessa favela, paralela à r. Condessa Amália Matarazzo.
@ Essa extensão da avenida, de cerca de 800 metros, precisará contemplar a remoção da favela, e poderia fazer isso com eficiência social e qualidade ambiental. É chegado o tempo de haver uma revisão dos procedimentos administrativos por parte do poder público, com foco no respeito total à população, em todos os sentidos.
............
............
PORTAL ZNnaLINHA: http://www.znnalinha.com.br/cachoeirinha/html/flamingo.php