As dúvidas sobre o caso Cetesb-Shopping Center Norte

Há alguma coisa que não encaixa nessa história do Shopping Center Norte.

 Online,
A prefeitura ordenou seu fechamento devido à existência de depósitos de gás metano no subsolo – que poderiam provocar uma explosão no prédio. Não se exige da Prefeitura conhecimento técnico. Os alertas foram formulados pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
Hoje, no Estadão, a esposa do dono, Yara Baumgart, acusa a Cetesb de ter feito terrorismo. O motivo teria sido o rompimento do contrato entre o Shopping e a empresa Tecnohidro, que teria sido indicada pela própria Cetesb para resolver o problema do gás.
A empresa teria passado dois anos sem apresentar uma solução. Algumas semanas atrás o contrato foi rompido, contratada uma empresa norte-americana que em dez dias solucionaria o problema. Segundo Yara, esta teria sido a razão do terrorismo criado em torno do gás.
Acompanhei de perto o caso do Shopping Center Osasco – que explodiu anos atrás, deixando muitos mortos.
Na época acusou-se o administrador de ter ignorado o cheiro persistente de gás metano, não tomado nenhuma atitude e permitido a explosão.
Sua mãe, Ilka Marinha Zanotto preparou um amplo dossiê, enviado a dezenas de jornalistas. O clima de linchamento na época fez com que fosse ignorado. A revista Veja chegou a produzir um perfil dele, apontando-o como playboy irresponsável. Foi pura represália por não ter aceitado conceder uma entrevista exclusiva à revista.
Recebi um dos dossiês. O que me chamou a atenção foram dois laudos, um de um técnico especialista do IPT, outro de um especialista norte-americano.
Diziam, em resumo, que não havia nenhuma possibilidade de explosão de gás metano – o gás produzido nos lixões. Além disso, seria impossível sentir o cheiro do gás por dias, porque o metano é incolor e inodoro. O motivo da explosão teria sido o vazamento de GLP (gás liquefeito de petróleo) devido ou a erros de construção ou a erros de instalação da tubulação. Mudava tudo: a responsabilidade criminal (não a cível) deixava de ser do shopping para ser ou do projetista ou da companhia de gás, já que o tempo entre o vazamento e a explosão era mínimo.
Não me lembro de nenhum laudo contradizendo esse diagnóstico.
Agora, cria-se esse tumulto. Na raiz de tudo, a Cetesb. Coincidentemente ou não, logo após o shopping ter rompido o contrato com a firma indicada pela própria Cetesb. Fez bem o Estadão em dar a palavra ao outro lado.
Parece haver mais coisas no ar, além de gás metano.
Algum químico poderia explicar melhor a composição do metano e a possibilidade de provocar explosões? Segundo o site "Chemical of teh Week", ele explodiria em misturas de cerca de 5 a 15% no ar. Em que circunstâncias ocorre essa concentração?
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'Fechar o shopping foi uma irresponsabilidade'

Paulo Sampaio no Estadão,


A empresária Yara Baumgart, mulher de um dos principais acionistas do shopping Center Norte, Roberto Baumgart ("ainda não nos divorciamos no papel"), disse ontem ao Estado que a notícia do perigo de explosão do centro comercial só cresceu "tanto" porque a família rompeu o contrato com a Tecnohidro, empresa indicada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para resolver o problema de mitigação de gases no local, e chamou outra, a multinacional Environ, de escolha própria: "Eles se sentiram preteridos e fizeram crescer a história da explosão", diz Yara.

Segundo ela, durante dois anos a Tecnohidro os "enrolou" e, agora, viu que "não dava para voltar atrás". Yara, que tem quatro filhos acionistas (três dos quais trabalhando no shopping), conta que conversou na manhã de ontem com Roberto e ele disse que "está tudo sob controle". "Mas ele e meus filhos se sentiram injuriados com a irresponsabilidade cometida pela Prefeitura." Abaixo, trechos da entrevista com a empresária.

Como a família recebeu a notícia da interdição do shopping?

Essa história rola há mais de dois anos, nós sabíamos do problema. Na ocasião, contratamos uma empresa (Tecnohidro), indicada pela própria Cetesb para fazer o que era preciso. Acontece que essa empresa nos enrolou durante todo esse tempo. Há algumas semanas, providenciamos outra, uma multinacional chamada Environ, muito mais eficiente. Tanto que vai resolver em dez dias o que disse que faria em 20.

Mas antes desses dois anos já não havia perigo de explosão?

Não existe perigo de explosão, conversei longamente com meu marido hoje de manhã. Os gases estão no subsolo de toda aquela região, da rodoviária, do metrô, do Cingapura - tudo aquilo era um lixão. E esse gás não cheira, imagina, isso é historinha criada...O Center Norte é todo térreo, tem uma arquitetura americana diferente da dos outros, justamente para facilitar a exaustão dos gases. Agora, se temos de fazer adaptações, sem problemas, faremos.

E os funcionários?

O zumzum cresce, vai aumentando, aumentando. Então, vem a funcionária do shopping dizendo que sentiu cheiro de gás e não pode trabalhar. Não há a menor chance de sair gás dali. Infelizmente, os funcionários são levados a repetir isso, são crendices que se inventa. E a imprensa parece estar sem assunto. Então, ou é a crise na Grécia, ou o shopping.

A notícia do risco de explosão fez cair vendas no shopping...

Uma irresponsabilidade. Meu marido e meus filhos se sentiram muito injustiçados. Somos o único shopping a pagar impostos em dia. Pode procurar, estamos com nossas declarações sempre corretas.

E por que, na sua opinião, fecharam o shopping?

Você já ouviu falar em política? Em mutreta? Agora, será que o nosso querido prefeito (Gilberto Kassab) não vê que o shopping emprega 6 mil pessoas, quase uma cidade? Não é nem falta de respeito com o próximo, mas com o ser humano.

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