Projeto Tietê, 20 anos: O rio ainda pede água

Avanço em duas décadas inclui expansão da coleta e tratamento de esgoto, mas Tietê ainda parece morto na Região Metropolitana.

Estadão,


Com 1,2 milhão de adesões a um abaixo-assinado - a maior mobilização por uma causa ambiental na América Latina até hoje -, a campanha de despoluição do Rio Tietê liderada pela então Rádio Nova Eldorado AM sensibilizou o governo estadual a dar início ao projeto de limpar o curso d'água mais famoso de São Paulo. Após 20 anos, várias ações surtiram efeito, como o aumento da coleta e tratamento de esgoto, reduzindo a mancha de poluição numa extensão de 160 quilômetros.

Os moradores da Região Metropolitana, porém, ainda não conseguem visualizar avanços na despoluição do rio - sua cor continua negra, a água não se movimenta e o cheiro ainda incomoda. Segundo a Sabesp, a melhora na qualidade da água ficará perceptível até 2015, quando 30 quilômetros de rio que cortam a metrópole passarão a ter vida aquática e outros 30 quilômetros deixarão de ter odor desagradável. A previsão é de que, até 2020, o rio inteiro deixará de ser fétido e 160 quilômetros do Tietê na Região Metropolitana poderão abrigar peixes. Para o geógrafo Wagner Ribeiro, a população deve fazer a sua parte, parando de usar o rio como depósito de lixo e fiscalizando promessas e prazos do governo.

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O rio continua morto,

mas servindo aos interesses do PSDB

há mais 20 anos!


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Custo da ampliação da Marginal do Tietê já é 75% maior do que o previsto

Gastos chegaram a R$ 1,75 bilhão, com mais R$ 200 milhões para ponte estaiada e outras obras; em 2008, estimativa era de R$ 1 bi.


Paulo Saldana e Rodrigo Burgarelli no O Estado de S. Paulo,

SÃO PAULO - Apesar de as novas pistas da Marginal do Tietê terem sido abertas há quase um ano e meio, as obras de ampliação continuam consumindo dinheiro dos cofres públicos. Uma nova atualização no valor do convênio firmado entre Prefeitura de São Paulo e governo do Estado colocou mais R$ 200 milhões na obra no fim de junho. O custo da Nova Marginal chega a R$ 1,75 bilhão - 75% acima do estimado no primeiro orçamento, de 2008.

Vista da ponte estaiada no acesso à marginal Tietê - José Patrício/AE
Vista da ponte estaiada no acesso à marginal Tietê
No total, seria possível construir 300 escolas ou 7 hospitais de 200 leitos cada com os R$ 750 milhões extras que já foram gastos com a avenida. O aumento de custos é resultado da inclusão de serviços que não estavam previstos pela Desenvolvimento Rodoviário S. A. (Dersa), empresa responsável pela obra.
Em fevereiro deste ano, só faltava terminar a ponte estaiada do Complexo Bandeiras, que vai facilitar a entrada dos veículos na Avenida do Estado a partir da Marginal - prevista no projeto inicial, em 2008.
A nova injeção de recursos não será dirigida apenas para a nova ponte. Segundo a Dersa, os R$ 200 milhões são necessários para obras secundárias, como travessias subterrâneas para passagens de cabos para iluminação, complementos de barreiras de concreto e o alargamento da pista local para implantação da 4.ª faixa entre as Pontes do Limão e Casa Verde. Esta última ainda não foi concluída, e não foi informado prazo para o término dos trabalhos. A Dersa não revelou a lista completa de ajustes ainda por fazer.
Já a ponte estaiada, prometida para dezembro de 2010, teve sua inauguração postergada para junho deste ano e, agora, a promessa é que ela seja aberta parcialmente ao tráfego até o final de julho. O custo total da estrutura foi de R$ 85 milhões, sem incluir a iluminação e a alça de acesso ao Bom Retiro, na região central, que não será inaugurada este ano.
As novas lâmpadas para a ponte também estão incluídas na atualização do convênio entre Prefeitura e Dersa feita no mês passado. Com a inauguração da ponte, cerca de 20 mil veículos por dia que vêm da Avenida do Estado poderão entrar diretamente nas pistas central e local da Marginal do Tietê no sentido Castelo Branco. Atualmente, é necessário virar à direita na continuação da Avenida Tiradentes, atravessar a Marginal, contornar a Praça Campo de Bagatelle e seguir pela Avenida Olavo Fontoura, que passa ao lado do Sambódromo do Anhembi.
Explicações
Os convênios são instrumentos jurídicos que viabilizam o repasse de recursos para a execução da obra. No caso da Marginal, o primeiro foi assinado em 25 de fevereiro de 2008, no valor de R$ 1 bilhão, quando se deu o pontapé inicial para os trabalhos. Progressivamente, novas atualizações foram feitas para que a Dersa pagasse os serviços considerados necessários para a continuação da obra.
Em relação aos motivos dos aumentos, a empresa afirmou que, como o projeto de engenharia e o licenciamento ambiental foram concluídos após a assinatura do convênio, somente com a finalização desses trabalhos é que foi possível obter uma "estimativa mais realista sobre o custo do empreendimento". Outra justificativa para os aditamentos foi a inflação, já que o convênio não possui cláusulas para reajuste automático da correção monetária.
A empresa disse também que há a possibilidade de não usar todo o valor das atualizações, mas não informou quanto dos R$ 200 milhões será usado ou economizado.
Acesso para Bom Retiro não tem data para ficar pronto

Quem trafegar pela Avenida do Estado em direção à nova ponte estaiada poderá ver uma entrada incompleta a cerca de 10 metros de altura, mais ou menos na metade da subida da ponte. Trata-se de um acesso direto ao bairro do Bom Retiro que estava previsto para ser inaugurado com a nova ponte, mas que ainda não tem data para sair do papel.
A alça terá cerca de 200 metros de extensão e funcionará como uma espécie de retorno para quem vem da Av. Presidente Castelo Branco - o atual acesso da pista local da Marginal à Avenida do Estado para os motoristas que trafegam no sentido Ayrton Senna. Segundo a Dersa, ainda faltam desapropriações de imóveis do bairro para concluir a alça, que custará R$ 55 milhões.
Enquanto o acesso não estiver pronto, blocos de concreto vão bloqueá-lo para evitar acidentes após a inauguração da parte principal da ponte.

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