MÚSICAS E INTERPRETAÇÕES - TOM JOBIM
Em 1946, entra para a Faculdade de Arquitetura, que é abandonada naquele mesmo ano. Em 1949, casa-se com Thereza Hermanny, uma paulista pela qual se apaixonara sete anos antes em Ipanema. No ano seguinte nasce Paulo, primeiro filho do casal. Em junho de 1953 acontece a primeira gravação de suas músicas: Pensando em Você, Faz uma semana(também de João Stockler), na voz de Ernani Filho.
Já em 1954, Dick Farney e Lúcio Alves gravam Tereza da Praia, que se tornou o primeiro sucesso de Tom, em parceria com Billy Blanco. Neste mesmo ano seria lançado o LP Sinfonia do Rio de Janeiro, também em parceria com Billy Blanco, e Tom conheceria Vinícius de Moraes, de quem se tornaria parceiro, dois anos mais tarde, ao musicar a peça Orfeu da Conceição. Em agosto de 57, nasce Elizabeth, sua segunda filha. Em 1958, compõe a trilha sonora para o filme Pista de Grama, de Haroldo Costa. A música Eu não existo sem você, de Tom e Vinícius, inédita na época, foi cantada no filme por Elizete Cardoso, com acompanhamento de João Gilberto no violão e Tom ao piano. Ainda nesse ano, surgiriam o LP Canção do Amor Demais, em parceria com Vinicíus, tendo João Gilberto ao violão e Elizete Cardoso como cantora; e as gravações de Desafinado e Chega de Saudade, por João Gilberto. Era o grande passo para a Bossa Nova consquistar o mundo.
Em 1962, Tom e Vinícius compõem Garota de Ipanema e, em novembro do mesmo ano acontece o show da Bossa Nova no Carnegie Hall, em New York. É a primeira viagem de Tom ao Estados Unidos. Em menos de 5 anos, em janeiro de 1967, começaria a gravação do LP Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim. A América já havia se rendido a Tom Jobim e à Bossa Nova. Nos próximos dez anos sua vida seria uma eterna ida e vinda entre Brasil e Estados Unidos. Em maio 1978 Tom viaja com Ana Beatriz Lontra para New York, em lua de mel. O primeiro filho do casal, terceiro de Tom, João Francisco, nasceria em outubro de 1979. Em março de 1987 nasce sua quarta filha, Maria Luíza Helena. Tom já tem 60 anos.
Tom Jobim morreu no dia 8 dezembro de 1994, no Hospital Mount Sinai, em New York. Já nesta época, eram sete as músicas suas com mais de 1 milhão de execuções nos Estados Unidos (John Lennon e Paul McCartney, os estrangeiros mais tocados no país, tinham 12).
Águas de março é uma das mais representativas composições da obra de Tom Jobim e foi seu último grande sucesso como compositor e letrista; lançada inicialmente em compacto simples encartado no semanário "O Pasquim" em 1972, seria posteriormente gravada em dueto com Elis Regina e o próprio Tom, no célebre disco "Elis & Tom" gravado em Los Angeles, EUA em 1974.
Tom Jobim e Elis Regina - Programa Fantástico Rede Globo - 1974
Marisa Monte e David Byrne - The Red Hot Organization & MTV Brasil 1996
"Águas de Março" em hebraico - CTV - 2008
Jane Monheit - Show em NY - 2002
Yo Yo Ma Live Concert with Rosa Passos - Taipei - 2003
Bossacucanova Show no Canecão em 2007
Ana Paula Silva - Show na Argentina - 2010
João Bosco - Live at Mezzo TV - 2004
| Águas de Março É pau, é pedra, é o fim do caminho É um resto de toco, é um pouco sozinho É um caco de vidro, é a vida, é o sol É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol É peroba do campo, é o nó da madeira Caingá, candeia, é o Matita Pereira É madeira de vento, tombo da ribanceira É o mistério profundo, é o queira ou não queira É o vento ventando, é o fim da ladeira É a viga, é o vão, festa da cumeeira É a chuva chovendo, é conversa ribeira Das águas de março, é o fim da canseira É o pé, é o chão, é a marcha estradeira Passarinho na mão, pedra de atiradeira É uma ave no céu, é uma ave no chão É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão É o fundo do poço, é o fim do caminho No rosto o desgosto, é um pouco sozinho É um estrepe, é um prego, é uma conta, é um conto É uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando É a luz da manhã, é o tijolo chegando É a lenha, é o dia, é o fim da picada É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada É o projeto da casa, é o corpo na cama É o carro enguiçado, é a lama, é a lama É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã É um resto de mato, na luz da manhã São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração É uma cobra, é um pau, é João, é José É um espinho na mão, é um corte no pé É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã É um belo horizonte, é uma febre terçã São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração | Waters of March A stick, a stone, It's the end of the road, It's the rest of a stump, It's a little alone It's a sliver of glass, It is life, it's the sun, It is night, it is death, It's a trap, it's a gun The oak when it blooms, A fox in the brush, A knot in the wood, The song of a thrush The wood of the wind, A cliff, a fall, A scratch, a lump, It is nothing at all It's the wind blowing free, It's the end of the slope, It's a beam, it's a void, It's a hunch, it's a hope And the river bank talks of the waters of March, It's the end of the strain, The joy in your heart The foot, the ground, The flesh and the bone, The beat of the road, A slingshot's stone A fish, a flash, A silvery glow, A fight, a bet, The range of a bow The bed of the well, The end of the line, The dismay in the face, It's a loss, it's a find A spear, a spike, A point, a nail, A drip, a drop, The end of the tale A truckload of bricks in the soft morning light, The shot of a gun in the dead of the night A mile, a must, A thrust, a bump, It's a girl, it's a rhyme, It's a cold, it's the mumps The plan of the house, The body in bed, And the car that got stuck, It's the mud, it's the mud Afloat, adrift, A flight, a wing, A hawk, a quail, The promise of spring And the riverbank talks of the waters of March, It's the promise of life It's the joy in your heart A stick, a stone, It's the end of the road It's the rest of a stump, It's a little alone A snake, a stick, It is John, it is Joe, It's a thorn in your hand and a cut in your toe A point, a grain, A bee, a bite, A blink, a buzzard, A sudden stroke of night A pin, a needle, A sting, a pain, A snail, a riddle, A wasp, a stain A pass in the mountains, A horse and a mule, In the distance the shelves rode three shadows of blue And the riverbank talks of the waters of March, It's the promise of life in your heart, in your heart A stick, a stone, The end of the road, The rest of a stump, A lonesome road A sliver of glass, A life, the sun, A knife, a death, The end of the run And the riverbank talks of the waters of March, It's the end of all strain, It's the joy in your heart. .................. |
