O mito do planejamento tucano nas obras viárias da região metropolitana de São Paulo
Do Forum Contra o Traçado do Rodoanel Norte,
O governo do Estado de São Paulo, nas mãos do PSDB há 16 anos, sempre se gabou de excelência administrativa, com seus “choques de gestão” e com a qualidade de seu planejamento, marca registrada de uma administração supostamente austera na realização e cumpridora de prazos. Não é o que os munícipes têm visto. A seguir, estão expostos alguns casos nos quais a falta de planejamento, alem de causar atraso no prazo de entrega das obras, acarreta um sobrepreço, muito superior aos gastos previstos inicialmente na licitação. A má gestão do dinheiro público e o seu consequente desperdício são a real marca dos governos do PSDB em São Paulo
Na Jacu-Pêssego, o aumento do valor da obra chega a 175%
Na Jacu-Pêssego, o aumento do valor da obra chega a 175%
A Jacú-Pêssego é uma avenida da capital paulista construída em 1996. Com a inauguração, em 2008, do acesso Rodovia Airton Sena, foi anunciado o seu prolongamento, entre o trevo da Avenida Ragueb Chohfi, na zona leste da capital, até a Avenida Papa João 23, em Mauá, possibilitando aos motoristas chegar ao trecho sul do Rodoanel. Essa obra, que fazia parte do calendário eleitoral de inaugurações do ex-governador e candidato a presidente derrotado José Serra, foi entregue incompleta e com atraso em outubro de 2010. O gasto inicial previsto na licitação, de R$ 835 milhões, dobrou até essa data, para atingir R$ 1,9 bilhão. Já consumiu dos cofres públicos R$ 2,3 bilhões – 175% de sobrepreço - e a ultima previsão do governo é que estará concluída somente em setembro.
Até lá, os moradores dos bairros da zona leste continuarão a sofrer com as enchentes, devido a falta de obras de infraestrutura para a solução do problema, e os motoristas, a conviver com os assaltos que ocorrem com frequência na via, por falta de iluminação.
Rua Confederação dos Tamoios, na Zona Leste,
ficou esburacada após as obras
ficou esburacada após as obras
Av.Jacú-Pêssego iluminada emergencialmente
por geradores a diesel
por geradores a diesel
Sobrepreço da duplicação da Marginal Tietê equivale a sete hospitais
Uma das jóias do calendário eleitoral de inaugurações do ex-governador e candidato a presidente derrotado José Serra era a duplicação da avenida marginal Tietê. Anunciada com pompa, a propaganda da obra, orçada inicialmente em R$ 1 bilhão, prometia reduzir em 35% o tempo gasto no seu percurso. Mas, assim como toda obra tucana, essa também peca pela falta de planejamento e qualidade de gestão. Com o seu custo elevado em 75% acima do previsto inicialmente, e 10 meses de atraso, foi entregue nesta quarta-feira, 27/07,a ponte estaiada sobre o rio, que integra o complexo viário, sem a conclusão e sem a previsão de construção da alça de acesso ao bairro do Bom Retiro. A pressa explica-se pelo calendário eleitoral – as eleições municipais de 2012.
Com o sobrepreço de R$ 750 milhões, seria possível construir 300 escolas, ou 7 hospitais de 200 leitos cada.
Ponte estaiada inaugurada sem a prometida alça de aces
para o Bom Retiro
para o Bom Retiro
Na parte superior, a esquerda, o acesso ao Bom Retiro
sem previsão de entrega
sem previsão de entrega
Rodoanel trecho Sul, paradigma do mau planejamento tucano
O trecho sul do Rodoanel, outra obra eleitoral do ex-governador e candidato a presidente derrotado José Serra, é o campeão da falta de planejamento/incompetência. Realizada a toque de caixa, a via cruza dois dos reservatórios de água estratégicos da região metropolitana, as represas Billings e Guarapiranga. São inúmeras as denúncias de não cumprimento das exigências previstas no EIA-Rima, para a obtenção da licença ambiental.
O metodo de corte-aterro causa danos irreparáveis ao meio ambiente
Pressa e falta de experiência colocam vidas em risco no Rodoanel trecho Sul
A queda de três vigas de uma viaduto em construção, no dia 13 de novembro de 2009 ferindo 3 pessoas, foi um sinal de que a pressa na construção do trecho sul do Rodoanel iria provocar muitos problemas no futuro. De fato, no dia 26 de julho, a imprensa noticiou que um erro no projeto, ao custo de R$ 17 milhões, inviabiliza o uso da principal alça de acesso do Rodoanel à rodovia Regis Bittencourt, em Embu das Artes. Inaugurada em junho do ano passado, a via não é liberada pela concessionária Autopista Regis Bittencourt e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres sob a justificativa de que é insegura, em razão da existência de um afunilamento da pista no seu lance final. Esse grosseiro erro de engenharia exige dos motoristas que reduzam forçosamente a velocidade, mais do que a cautela ou as leis do trânsito o exigiriam.
Inexperiência, pressa e economia de matérias segundo os especialistas
R$ 17 milhões na mais cara obra eleitoral do estado
Os Filhos do Rodoanel
O descaso dos tucanos paulistas para com as pessoas carentes não é novidade. Mas no caso do trecho sul do Rodoanel é gritante. Desatentos ao fato de que uma obra desse porte atrairia milhares de operários - 22 mil no auge da construção – os responsáveis pelo planejamento e gerenciamento da obra não previram o problema social que disso adviria. O resultado é que nas regiões por onde a obra passou ficou um rastro de bares e pequeno comércio falidos, tráfico de drogas, prostituição infantil e mães solteiras.
De acordo com estatísticas das autoridades dos municípios por onde passa o Rodoanel, houve um aumento na taxa de natalidade nas proximidades dos canteiros da obra. Isso foi confirmado em reportagem feita pelo jornal tucano Folha de São Paulo, na edição de 24/07/2011. Entrevistadas, mulheres residentes no local informam que tiveram filhos de operários da obra.
Mãe de filho do Rodoanel chora sem condições de criar o rebento
A tecnologia tucana em atraso e sobrepreço também na prefeitura de São Paulo
Na Prefeitura de São Paulo o planejamento tucano também está presente, desde a breve passagem por lá do ex-governador e candidato a presidente derrotado José Serra. O viaduto Padre Adelino, na zona leste da capital, é um dos exemplos ilustrativos de sua marca registrada. Iniciada em 2007 com dois anos de atraso, a obra deverá ser concluída somente em agosto, dez meses depois do prazo inicialmente previsto. E o sobrepreço? A justificativa oficial das desapropriações não previstas originalmente eleva o seu custo em R$3,2 milhões.
Obras que nunca acabam no Viaduto Adelino - 1
Obras que nunca acabam no Viaduto Adelino - 2
Obras que nunca acabam no Viaduto Adelino - 3
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